A notícia de que a filha, Emily Bianca, nascera com paralisia cerebral e síndrome de West – uma epilepsia que afeta uma em cada 2.000 a 4.000 crianças – causou um susto no casal Wesley Franklin e Naaray Cavalcante. Depois de pesquisar e ouvir de especialistas os obstáculos que Emily enfrentaria, os pais decidiram que o melhor a se fazer seria buscar tratamento e se dedicar ao máximo para que a filha tivesse todas as condições que propiciassem o seu desenvolvimento. Foi nessa tentativa, e a partir da indicação da neuropediatra responsável, que a família descobriu o Centro Integrado de Reabilitação (Ceir), onde a criança faz tratamento desde junho de 2009.
Com a entrada no Ceir e a inserção na fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, hidroterapia, musicoterapia e terapia ocupacional, Emily tem angariado um bom desenvolvimento. A fisioterapeuta Raquel Azevedo relata que a criança “não tinha equilíbrio para ficar sentada ou na posição ortostática [em pé]; e possuía o controle da cervical instável, o que levava Emily a não conseguir manter o pescoço firme”.
A fisioterapia de Emily está sendo conduzida a partir de treinos de marcha lateral em pé [andar de lado], marcha com apoio, e exercícios [com bola] que auxiliam na estabilização para ficar sentada. “Nesses meses de fisioterapia, Emily adquiriu controle cervical, controle do tronco ao ficar sentada e, ao ser colocada em pé, já dá passos para o lado – começando a obter o equilíbrio necessário para não cair”, explana Raquel.
Juntamente à fisioterapia, Emily tem sessões de terapia ocupacional, cujo objetivo inicial é desenvolver a função manual. “Nós estamos trabalhando a preensão palmar [ato de agarrar/prender com a mão] através de estímulos. Emily, que tinha o polegar aduzido [empalmado, sem funcionalidade] e o lado esquerdo negligenciado, agora consegue transferir objetos de uma mão para outra”, explica a terapeuta ocupacional Nadjira Riedel Barbosa. Outro ponto trabalhado com Emily são as reações de proteção lateral, cuja finalidade é permitir que a criança consiga manter o equilíbrio sentada, de maneira que possa, por exemplo, manipular um brinquedo com a mão esquerda, enquanto usa a destra para se apoiar.
Ao longo dos últimos meses, os pais de Emily vêm se surpreendendo com o progresso da garota no dia a dia. Naaray lembra que a filha não conseguia levantar a cabeça, tinha o corpo mole e quase não se mexia. “Hoje em dia ela está ativa, começando a falar ‘papai, mamãe’, e a querer caminhar. Para a gente, Emily é uma vitória", diz. “Às vezes ficamos desanimados, mas só de ver o sorriso dela conseguimos a força para continuar lutando”, finaliza a mãe.
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