LILIANE PEDROSA
DO ARTE & FESTSuperação. Essa é a palavra que tem transformado a vida de Francisco de Assis Carvalho. Há pouco mais de um ano, um acontecimento mudou sua trajetória.
O músico que tocava violão e também cantava em um grupo de pagode, o Só Para Desdobrar (SPD), viu seu destino mudado por causa de uma queda de uma mangueira. Tudo aconteceu muito rápido. Ele havia feito uma apresentação com o grupo em um sítio e logo após resolveu subir numa árvore para pegar manga. Um galho não resistiu e Francisco caiu.
Na queda, ele fraturou duas vértebras. “Eu fiquei desacordado, a ambulância logo chegou e eu fui levado para o HUT”, lembra. Hoje, tetraplégico, ele se vê diante de uma nova realidade e busca a cada dia se superar. “Quando você nasce com um problema é mais fácil lidar com ele, mas quando é normal e de repente se vê numa cadeira de rodas, sofre bem mais”, diz.
O músico conta que a ajuda da família tem sido essencial na sua recuperação. É na união da família e no carinho dos amigos que encontra alento e força para se adaptar a essa nova vida. E de muitas mudanças. Há um ano não conseguia nem mesmo mexer os braços e nem mesmo cantar, que gostava muito. “Meu diafragma acabou sendo atingido com a queda, o que comprometeu até mesmo a fala”.
Depois de meses de tratamento no Centro Integrado de Reabilitação (CEIR), Assis voltou a ter alguns movimentos e descobriu que podia, sim, construir uma nova história. Com a fisioterapia e exercícios, aos poucos, está recuperando sua autonomia. Antes, nem mesmo a cadeira de rodas conseguia manobrar. E com a musicoterapia despontou novamente para a arte.
No começo tocava apenas instrumento de cordas, agora tem se tornado habilidoso no teclado, usando apenas dois dedos. A voz grave volta forte e com vontade de ressoar pelos quatro cantos de Teresina, cantando de tudo um pouco, com o ânimo de quem se supera a cada dia. A música tem sido um importante instrumento de incentivo e, de certa forma, tocar está ajudando a exercitar as mãos.
Para ele, que já está tocando, a música é mais que uma distração, é uma forma de provar para si mesmo que é possível continuar fazendo o que tanto gosta. Até mesmo compor. “Penso em quem sabe um dia fazer parte de uma outra banda”. Com a ajuda de uma das filhas, está descobrindo novos talentos. “Tenho uma filha que sonha em ser escritora, por isso já me sento com ela e escrevemos algumas coisas. Isso tem sido um incentivo para voltar a escrever e quem sabe compor”.
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