Foi depois do ano de 2005 que a vida de Aldemicio Rodrigues começou a mudar. O trabalhador foi diagnosticado com síndrome de Guillain Barré, a doença tem caráter autoimune, entre outras consequências, atinge os músculos causando a perca de sensibilidade e de resposta aos comandos cerebrais. “Fiquei com muita fraqueza muscular, não tinha força nem pra fechar os olhos, me diziam que eu dormia de olho aberto”, relatou Aldemicio.
Os efeitos da síndrome foram rápidos, e em menos de um mês, o quadro clínico de Aldemicio passou de um indivíduo aparentemente saudável para uma pessoa com grande dificuldade de locomoção e bastante frágil. “Passei dois anos e seis meses de cadeira de rodas e três anos de muletas”, explicando sua história, o ex-sucateiro conta que foi difícil a reabilitação, mas a força para continuar lutando por dias melhores, nunca deixou de existir. O tratamento no Centro Integrado de Reabitação (CEIR) começou ano passado e foi decisivo. “Melhorei muito depois que iniciei o tratamento. Apesar das conquistas serem demoradas e simples, já me sinto bem melhor”, conta.
Casado e pai de uma menina de 16 anos, Aldemicio após receber alta das sessões de hidroterapia encontrou no esporte uma nova paixão.“Desde pequeno gostava de água, só que nunca me dediquei a nadar”, relembra. O educador físico Childerico Robson, explica que Aldemicio tem grande potencial e que as sessões de natação estão servindo para melhorar o condicionamento físico do atleta, que futuramente poderá competir em campeonatos abertos.
Dedicado e esforçado, o atleta confessa que a natação ajuda não só a criar força física, mas a manter a mente limpa de preocupações que antes eram constantes e diárias. São mudanças que ocorrem aos poucos, mas que para Aldemício fazem grande diferença. “A doença já mexeu muito com meu lado emocional, mas agora eu quero fazer o que eu gosto”, finaliza.
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