Dizem alguns, que amigos são a família que podemos escolher. De fato, na vida de Maria de Fátima e Naiane Gomes, o laço de amizade é uma escolha feita e confirmada pelas duas após se conhecerem entre os corredores do Centro Integrado de Reabilitação (CEIR), onde fazem tratamento. Sorrisos pra cá, conversa pra lá, o clima é de descontração quando as duas se encontram.
Maria de Fátima, de 32 anos, é portadora de esclerose múltipla (EM), uma doença neurológica crônica, de causa ainda desconhecida e que atinge vários movimentos em decorrência do surgimento de alguns sintomas como a fraqueza muscular, rigidez articular, dores articulares e descoordenação motora. “Um dia eu estava assistindo aula, fui levantar e não consegui ficar de pé, perdi a força das pernas e fiquei muito tonta”, explica Maria, após sentir os primeiros sintomas da esclerose.
Aos 23 anos de idade, quando os sintomas da doença já não podiam ser negligenciados, Fátima conta que a vida mudou. “Eu trabalhava, estudava, namorava. Tudo mudou. Os amigos desapareceram e até hoje, ainda é difícil aceitar essa nova condição”, conta. Maria participa da Associação Piauiense dos Portadores de Esclerose Múltipla em Teresina, entidade que presta assistência e orientação ao portador de EM, além de difundir informações sobre a doença.
Já a amiga, Naiane Gomes, de 21 anos, é portadora de atrofia muscular espinhal (AME), enfermidade genética que leva a fraqueza e atrofia muscular com prejuízo de movimentos voluntários, no caso da jovem, a doença atingiu os membros inferiores. “Até os 10 anos de idade eu conseguia andar normalmente, era muito danada, andava de patins, subia escada, não tinha quem fizesse ficar quieta”, rememora sorridente.
Na pré-adolescência a jovem passou a usar tala ortopédica e em seguida cadeira de rodas para poder se locomover. “Já me habituei a tudo isso, minha vida foi sempre muito normal”, conta Naiane. Ela faz tratamento no CEIR há cerca de 9 meses e todos os anos viaja para Brasília-DF com o intuito de dar continuidade ao tratamento na Rede SARAH de Hospitais de Reabilitação.
Maria de Fátima e Naiane se conheceram por acaso, entre as conversas que surgiram nos intervalos da espera de cada terapia. Cada uma freqüenta o Centro cinco vezes por semana, mas o único horário em comum são nos dias de terça-feira, nas sessões de fisioterapia em que Naiana faz a fisioterapia respiratória e Fátima trabalha na cama ortostática.
As duas concordam em muitos aspectos e um deles é a importância do CEIR em suas vidas. O tratamento disponibilizado pela instituição é fundamental na reabilitação das garotas. “Quando falaram que ia ter férias coletivas, eu fiquei muito triste”, “Eu até chorei”, comentaram, respectivamente, Fátima e Naiane. Amizade, tratamento e reabilitação, são palavras de ordem na vida das garotas.
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